Você já praticou escalada?
O esporte se baseia em escalar paredes de rocha, utilizando cordas e equipamentos especiais, com o objetivo de atingir um ponto final ou um cume de uma face rochosa ou de uma estrutura.
A atividade de escalar é uma entrega completa do corpo à habilidades potenciais de resistência e determinação.
E marketing estratégico, você já praticou?
Eu poderia fazer tantas alusões da escalada com diversas situações da nossa vida, mas hoje vou focar exclusivamente no marketing estratégico, área em que atuo nos negócios que administro e presto consultoria.
O marketing se assemelha muito com o esporte de escalada.
Claro, todos querem chegar no topo (seja lá o que isso significar para cada um), mas quando observamos a prática do esporte, podemos comparar ao marketing, de duas maneiras, e para isso vamos considerar dois esportistas de igual habilidade:
1 - o esportista 1 pode escalar rápido, ágil como um gato sobre telhados, com maestria nos movimentos, ainda que por vezes fraqueje e deixe a corda auxiliar seus movimentos, sem fazer esforço... ele vai chegar ao topo, pelo método dele.
2 - o esportista 2 é mais cauteloso, ele inicia devagar sua escalada, tateando os relevos do paredão e conferindo atentamente o equipamento, quando se sente fraquejar, ele sabe que pode parar para alongar o músculo e em breve continuar sua trajetória. Ele observa seu trajeto. Faz escolhas assertivas. E chega ao topo.
Existem perdas e ganhos em ambos os esportistas:
O esportista 1 chegou primeiro, mas foi tão rápido na sua escalada que exigiu demais dos músculos, ele não tem resistência para uma segunda escalada e tomara que alguém esteja lá embaixo, segurando a corda para ele deslizar, caso contrário, que "se vire" para descer.
Esse mesmo esportista também não teve a oportunidade de enxergar além da rocha à sua frente enquanto subia, não sentiu sua força o puxando para cima.
Apesar do resultado, gastou muito energia, está fraquejado. Ele não observou qual o melhor caminho para retornar ao chão, um novo esforço terá que ser feito para aterrissar ou seguir.
O segundo esportista, no entanto, apesar de ter demorado o dobro do tempo, subiu sem se cansar, usando a força das pernas para impulsionar sua subida.
Ele escolheu o melhor trajeto, conferiu onde se apoiar para retornar ao chão, sentiu a superfície da rocha, se familiarizou com ela, secou a mão com pó de magnésio para conseguir aderência...
Além disso, trabalhou a respiração para não perder o foco e quando chegou ao topo se sentiu revigorado, seus músculos não ardiam nem sofriam espasmos de esforço, ele tinha consciência do caminho que fez para chegar.
Com a estratégia do esportista 1 o marketing não aprende, ele continua no automático, ele não inova, ele não inventa, ele não improvisa, ele não tem estratégia. Então, ele faz o que todo mundo faz: segue uma linha reta sem apreciar a paisagem, sem entender o processo.
Ora, simplificando a analogia, com o método do esportista 1 ele chega ao topo, mas não tem forças para continuar, nem aprendeu com o risco das suas ações. Cada pedra agarrada era uma nova oportunidade para observar o cenário.
A psicologia explica: quando você executa uma atividade mais rápido que todos, na verdade, você está pegando atalhos que seu cérebro já conhece.
Logo, nada de surpreendente irá acontecer, seus resultados serão os mesmos! Mas, se você explorar um pouco mais as alternativas, encontrará ninhos de pássaros entre as rochas.
Portanto, seus resultados com o marketing estratégico terão agora o agregador da sua experiência de resistência e determinação.
A criatividade e a amplitude de habilidades potenciais conquistadas. O aprendizado construtivo de uma nova jornada, que prepara para o próximo passo, para o próximo topo.